A FEBRE DO LEITE (Hipocalcemia Puerperal) é uma manifestação clínica da hipocalcemia, que é um distúrbio metabólico ocasionado por níveis reduzidos de cálcio no sangue, sendo mais comum nas primeiras 72h após o parto. O início da lactação é de grande impacto no organismo do animal já que durante o parto a demanda por cálcio aumenta significativamente devido a necessidade da produção de leite e colostro.
Os animais podem apresentar como clínica ou subclínica, a clínica caracterizada por sinais visíveis (tremores musculares, ataxia, e dificuldade respiratória em um primeiro momento e depois podendo evoluir para para prostração em decúbito lateral). Já a subclínica não apresenta sinais visíveis, mas o produtor deve ficar atento já que pode ocasionar em uma redução de produção e predisposição de doenças.
Vacas leiteiras de alta produção podem ser mais suscetíveis, por conta da alta demanda de cálcio que ultrapassa os níveis de capacidade de absorção de cálcio, porém toda vaca no período periparto( 48h antes e 48h depois do parto) passa por uma diminuição de cálcio significativa, por isso é necessário uma atenção extra para esses momentos!
Alguns fatores que podem predispor a FEBRE DO LEITE
- Raça e produção de leite
– Animais com alta produção de leite e principalmente raças direcionadas a tal prática(Holandesa, Jersey por exemplo), tem maior tendencia de desenvolver a hipocalcemia.
- Alimentação inadequada
– O fator predisponente para a hipocalcemia puerperal é a alimentação inadequada e por incrível que pareça, não é a baixa ingestão de cálcio pré-parto, mas sim a excessiva ingestão de cálcio no pré-parto. Em casos em que a vaca tem uma ingestão de sobra de cálcio na sua dieta antes do parto, o corpo “se acostuma” a ter cálcio de sobra, com os mecanismos internos ficando pouco ativos e quando chega o parto a vaca precisa de uma quantidade enorme de cálcio, o organismo não consegue reagir rápido.
- Reincidência
– Animais que já tiveram febre do leite em lactações anteriores tendem a ter maior chance de desenvolver novamente.
- Concentração de cálcio
– Os níveis de cálcio no organismo da vaca, especialmente no período final da gestação, têm grande influência na predisposição à febre do leite. No período periparto (três semanas antes até três semanas após o parto), ocorre um aumento súbito na demanda de cálcio, principalmente para a produção de colostro e para o início da lactação.
Mais importante do que apenas fornecer cálcio na dieta é garantir que o organismo esteja preparado para mobilizar rapidamente suas reservas internas e absorver esse mineral de forma eficiente. Quando a vaca recebe excesso de cálcio na dieta pré-parto, esses mecanismos ficam “inativos”, e no momento em que a necessidade dispara, ela não consegue responder. Por outro lado, dietas bem equilibradas no pré-parto mantêm o organismo em estado de alerta, favorecendo a adaptação e reduzindo os riscos da hipocalcemia.
A febre do leite acaba sendo de grande impacto econômico para o produtor por uma redução drástica na produção e facilitando complicações secundárias que podem trazer maiores prejuízos com tratamentos, produtividade e até mesmo a morte do animal.
Complicações secúndarias:
- Atonia Ruminal;
- Falta de apetite;
- Retenção de placenta;
- Mastite e metrite ;
- Complicações nos próximos partos.
Técnicas de prevenção são essências para uma produção ideal, evitando doenças e gastos citados acima, para isso é necessário seguir algumas dicas de prevenções:
- Dietas com níveis de cálcio controlados em períodos de pré-parto;
- Aplicação de cálcio imediatamente após o parto (onde a maior declíneo desse mineral).
Para um tratamento eficaz da febre do leite é necessário um reestabelecimento desses níveis de calcio para suprir as necessidades do organismo.
Os produtores necessitam ficar sempre atentos a possíveis problemas que podem surgir em cada fase da produção, a detecção precoce e o manejo adequado são fundamentais para minimizar os impactos econômicos das doenças do periparto. Implementar medidas de prevenção eficazes e monitorar constantemente a saúde do rebanho são estratégias essenciais para garantir a produtividade e a rentabilidade da produção.
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AUTOR:
M.V Gustavo de Sena – CRMV PR: 25484
Referências:
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